Tecnologia, redes sociais e inovação: conheça as ações do Papa Francisco que modernizaram a Igreja Católica e abriram novas pontes com o mundo digital.
Desde que assumiu o papado em 2013, o Papa Francisco tem surpreendido não apenas pela postura empática e aberta, mas também pelo modo como incorporou a tecnologia ao cotidiano do Vaticano. Com iniciativas ousadas, ele aproximou a Igreja Católica de milhões de pessoas ao redor do mundo – especialmente os mais jovens –, mostrando que fé e inovação podem caminhar juntas.
Do Instagram ao YouTube: o Papa nas redes
Logo nos primeiros anos, Francisco entrou para o mundo das redes sociais. Em março de 2016, lançou o perfil oficial no Instagram (@franciscus), que em menos de 12 horas já contava com mais de 1 milhão de seguidores. Combinado ao já famoso @Pontifex no Twitter (com publicações em nove idiomas), o pontífice passou a alcançar mais de 50 milhões de pessoas, difundindo mensagens espirituais com a linguagem da era digital.
O Vaticano também lançou em 2016 o projeto “O Vídeo do Papa”, uma série mensal no YouTube com intenções de oração e mensagens de paz. Durante a pandemia de Covid-19, essas transmissões ganharam ainda mais força, com missas e audiências transmitidas ao vivo para fiéis em isolamento, revelando a força da fé em tempos difíceis – como a histórica bênção Urbi et Orbi na Praça São Pedro vazia em março de 2020.
Aplicativos, wearables e rosários inteligentes
Iniciativas como o aplicativo Click To Pray, que conecta usuários do mundo todo em oração pelas intenções mensais do Papa, marcaram o avanço digital da Igreja. Em 2019, esse projeto deu origem ao Click To Pray eRosary, um rosário eletrônico em forma de pulseira que se conecta ao smartphone e guia o usuário nas orações. Ao unir tradição com interatividade, o Vaticano mostrou estar disposto a dialogar com a juventude conectada.
Outros aplicativos surgiram nesse período, como o JC Go, um jogo católico de realidade aumentada, e o Vatican News App, centralizando notícias e conteúdos oficiais da Santa Sé.
Hackathons, IA e blockchain: um Vaticano disruptivo
Em março de 2018, o Vaticano sediou seu primeiro hackathon, o VHacks, reunindo estudantes de todo o mundo para criar soluções em tecnologia voltadas à inclusão social e diálogo inter-religioso. Já em 2020, Francisco apoiou a criação do Rome Call for AI Ethics, um documento ético sobre o uso responsável da inteligência artificial, com apoio de empresas como IBM e Microsoft.
Na mesma linha, o Vaticano promoveu uma conferência sobre blockchain com foco em combate à pobreza e à poluição dos oceanos, revelando um interesse genuíno em explorar como tecnologias emergentes podem servir ao bem comum.
Selfies, TED Talks e mensagens para o futuro
Francisco também protagonizou momentos simbólicos e disruptivos. Em 2016, se reuniu com youtubers para debater temas sociais e tirou uma selfie coletiva que viralizou. Em 2017, tornou-se o primeiro Papa a participar de um TED Talk, transmitido ao vivo, pedindo humildade e inclusão no uso da tecnologia. Mesmo confessando não ser um “expert digital”, o pontífice entende que essas ferramentas, usadas com sabedoria, podem ser pontes de compaixão.
Impacto: uma Igreja mais próxima dos jovens
Essas ações não passaram despercebidas. O Papa Francisco conseguiu modernizar a imagem da Igreja, aproximando-se de públicos antes distantes – como jovens da Geração Z e millenials. A beatificação de Carlo Acutis, adolescente italiano aficionado por programação e conhecido como “ciberapóstolo”, reforçou a ideia de que é possível viver a fé no mundo digital.
Internamente, o Vaticano se tornou mais digital, com unificação de mídias e incentivo ao uso de tecnologias em paróquias ao redor do mundo. O resultado é uma Igreja mais conectada, acessível e preparada para dialogar com os desafios do século XXI.
Papa Francisco mostrou que inovar não significa romper com a tradição – mas sim usá-la como base para avançar com propósito. Na era das conexões, ele tem sido um construtor de pontes entre o eterno e o digital.
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Fonte: Vatican News, Reuters, The Guardian, Wired, UOL, Livecoins